Tal como muitos outros construtores, as origens da Skoda passam pela produção de bicicletas. No entanto, há a particularidade de tudo ter começado com uma carta que Václav Klement recebeu a 9 de Julho de 1894 e considerou ofensiva.
O checo era um apaixonado por bicicletas e adquiriu um modelo Germania VI ao representante local da Seidel & Naumann, uma empresa alemã, sediada em Dresden. Esta bicicleta tinha defeitos de concepção e teve problemas. Nessa altura já havia garantias e Václav Klement escreveu ao fabricante, requerendo a reparação.
O percurso da carta é nebuloso e não há certezas se ela chegou ao destino. Contudo, Václav Klement insistiu e acabou por receber uma resposta à sua carta escrita em checo, onde se podia ler que "se espera uma resposta da nossa parte, deverá escrever numa língua que se entenda".
Ferido no seu orgulho, decidiu construir as suas próprias bicicletas, associando-se a Václav Laurin. Foi assim que nasceu a Laurin & Klement, uma empresa que, após cerca de uma década a produzir bicicletas que acabaram por ser motorizadas, deu o passo lógico na época: a fabricação de um automóvel.
A II Guerra Mundial veio obrigar a fábrica a contribuir para o esforço de guerra nazi e as suas instalações estavam seriamente destruídas no final do conflito, numa altura em que a então Checoslováquia ficou no lado soviético. As regras do centralismo comunista condicionaram o até então vanguardismo tecnológico da empresa. Mesmo assim, a Skoda logrou estar na vanguarda da produção automóvel nos países do Pacto de Varsóvia. Por isso, ainda era uma marca apetecível quando caiu o muro de Berlim, o que justificou a sua compra por parte do Grupo Volkswagen.